O ATENTADO CONTRA SALAZAR
Na vida da Alexandrina, há dois momentos especialmente
significativos da sua veneração por Salazar. O primeiro tem a ver com o
conhecido episódio do atentado de que ele foi vítima de em 1937. No Cristo Gesù in Alexandrina[1],
conta o Pe. Humberto que, tendo-se encontrado com o Cardeal Cerejeira em 17 de
Abril de 1973, recebeu dele este testemunho:
Por meio do Pe. Pinho que
encontrei em Fátima, Alexandrina comunicou-me que avisasse Salazar para tomar
todas as precauções porque lhe estavam a preparar um atentado; que ela estava a
rezar para que não acontecesse nada.
O atentado tinha sido organizado
tão bem que o golpe não devia falhar. Tinham posto dinamite num cano de água
das chuvas por cima do qual devia passar Salazar com o seu automóvel.
Mas a explosão aconteceu pouco
antes: foi na avenida de Barbosa du Bocage, frente à casa de um amigo íntimo de
Salazar, o Dr. Josué Trocado, em cuja capela o chefe de governo tinha assistido
à missa. Era domingo, 4 e Julho de 1937.
Nos papéis da Prof.ª Angelina Ferreira, há um documento
curioso que alude a este atentado. É uma espécie de santinho, só que a imagem é
a do “Doutor António de Oliveira Salazar”. Vejam-se a frente e o verso:
Há que ter presente que se vivia em Espanha a guerra civil.
Para os apoiantes de Salazar, Franco combatia certamente as mesmas forças que
hostilizavam o Estado Novo e que, como elas, tão hostis à Igreja se tinham
manifestado. A tentativa de atentado ocorria pois numa ocasião especialmente crítica[2].
[1] Nota da pág. 67.
[2] Na Mensagem com que Pio
XII fez a Consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria em 1942 ecoam
estes pontos de vista.
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